A década de 1980 representou um marco crucial na história da Festa do Peão de Barretos. Foi nessa época que o evento deu passos gigantes para se tornar o maior festival country do Brasil — e do mundo. Diante do crescimento expressivo de público e da grandiosidade que a festa havia alcançado, as estruturas do tradicional Recinto Paulo de Lima Corrêa já não comportavam mais o espetáculo. Era hora de construir algo maior.

Em 1980, Os Independentes ampliaram seu patrimônio com a compra de 40 alqueires de terra. Com muito trabalho e paixão, pedra por pedra, o sonho do Parque do Peão começava a se tornar realidade. Sob a liderança do então presidente Mussa Calil Neto, a mudança ganhou forma e força. Em 1984, a transição foi oficializada, e, no ano seguinte, a 30ª Festa do Peão já acontecia em sua nova casa.

Com projeto arquitetônico assinado por Oscar Niemeyer, o Parque do Peão foi inaugurado em 1985, oferecendo uma experiência inédita aos visitantes. E as mudanças não pararam por aí. O estilo dos peões também evoluiu: a bombacha e o lenço deram lugar ao jeans justo, cintos de couro e as famosas fivelas largas, sob forte influência americana.

A internacionalização do evento começou a ganhar força já em 1983, com a inclusão das montarias em touros — uma modalidade que viria a se tornar símbolo do rodeio moderno. Em 1989, um novo marco foi alcançado: foi inaugurado o Estádio de Rodeios, também projetado por Niemeyer, com capacidade para 35 mil pessoas sentadas, elevando ainda mais o padrão profissional e internacional do evento.

Outro momento importante da década foi a realização do 1º Festival de Música Raiz, "A Violeira", que reforçou as tradições e resgatou a imagem dos antigos cantores sertanejos, conectando o público às raízes culturais do interior brasileiro.

"O novo espaço nos permitiu oferecer uma estrutura maior para atender o grande volume de visitantes, consolidando Barretos como a capital do rodeio", afirma Mussa Calil Neto, presidente de Os Independentes à época. “A mudança para o Parque do Peão foi um passo ousado, mas necessário para acompanhar o crescimento da Festa.”